PIB desacelera: economia brasileira cresce 0,5% no 2º trimestre, aponta FGV

FGV aponta crescimento de 0,5% no PIB do 2º trimestre, desacelerando em relação ao 1º. Juros altos podem impactar o desempenho.
Supermercado no Rio de Janeiro 14/03/2020 REUTERS/Sergio Moraes
Supermercado no Rio de Janeiro 14/03/2020 REUTERS/Sergio Moraes

PIB segundo trimestre: A economia brasileira apresentou um crescimento de 0,5% no segundo trimestre de 2025, em comparação com o primeiro trimestre do ano, segundo dados do Monitor do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. Este resultado aponta para uma desaceleração em relação ao crescimento de 1,3% observado no primeiro trimestre.

O estudo, divulgado no Rio de Janeiro, serve como uma prévia do dado oficial do PIB, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento da FGV também indicou uma expansão de 0,5% na passagem de maio para junho. Os dados apresentados são dessazonalizados, o que significa que as variações típicas do período foram excluídas para permitir uma comparação mais precisa entre os diferentes períodos.

O Monitor do PIB também revelou que a economia brasileira cresceu 2,4% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período de 2024. No acumulado de 12 meses, a expansão foi de 3,2%. Em termos monetários, a FGV estima o PIB do primeiro semestre em R$ 6,109 trilhões.

Análise do Crescimento do PIB

Juliana Trece, economista do Ibre, explicou que o crescimento do segundo trimestre foi impulsionado pelos setores de serviços e indústria. No setor de serviços, o crescimento foi generalizado na maioria das atividades. Já na indústria, o desempenho positivo foi concentrado na atividade extrativa, o que, segundo ela, indica uma maior fragilidade do setor.

A economista também apontou que a desaceleração do crescimento no segundo trimestre pode ser atribuída à ausência da forte contribuição positiva da agropecuária, que impulsionou o primeiro trimestre, e ao efeito defasado das altas taxas de juros na atividade econômica.

O levantamento também mostrou que o consumo das famílias, embora tenha apresentado crescimento, tem demonstrado números declinantes desde o fim de 2024. No quarto trimestre de 2024, a expansão foi de 3,7%. No primeiro trimestre de 2025, o crescimento foi de 2,6%, e no segundo trimestre, 1,5%.

O Impacto das Taxas de Juros Elevadas

O aumento das taxas de juros teve início em setembro do ano passado, quando a taxa básica de juros (Selic) saiu de 10,5% ao ano e atingiu o patamar atual de 15%, o maior nível desde julho de 2006. A taxa Selic é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e é a principal ferramenta utilizada para controlar a inflação e mantê-la dentro da meta estabelecida pelo governo.

O efeito contracionista dos juros altos visa combater a inflação, tornando os empréstimos mais caros para pessoas físicas e empresas e desestimulando investimentos. Esse conjunto de efeitos tende a frear a economia, o que pode resultar em menos atividade, emprego e renda. O Banco Central estima que o efeito da Selic na inflação leva de seis a nove meses para se tornar significativo, o que coincide com a percepção do Monitor do PIB.

O Monitor do PIB é uma das ferramentas utilizadas para analisar a economia brasileira. Outro indicador importante é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que também foi divulgado nesta segunda-feira e indicou uma expansão de 0,3% no segundo trimestre.

O resultado oficial do PIB segundo trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 2 de setembro.

Fonte Agencia Brasil

Cacerense

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