Brasil à beira do abismo fiscal.
Em 2027, nossa dívida bruta do governo geral pode ultrapassar o 31,8% do PIBEm 2027, nossa dívida bruta do governo geral pode ultrapassar o 31,8% do PIB, mesmo com medidas paliativas e receitas extras que deveriam dar folego ao orçamento. Se enxergarmos lá, 100%, ou seja, toda nossa receita primária, já estará comprometida com despesas obrigatórias, sem espaço para emergências, investimento ou qualquer novo programa social.
O Banco Central, enxergando esse cenário, sinaliza juros ainda mais altos para segurar a inflação e manter a confiança externa, ao custo de travar consumo e investimentos internos. São feridas que nos sangram. Cada ponto percentual extra de dívida traduz sem mais imposto no seu contracheque e no preço do supermercado, que está cada dia mais alto.
Cortes drásticos em saúde, educação e segurança, onde a conta já chega com longas filas e serviços sucateados. Juros e financiamentos que transformam o sonho da casa própria ou de um novo negócio, em miragem inacessível.
Vivemos o espetáculo do improviso político.
Enquanto debates no Congresso giram em torno de pedaços de lei e pacotes de 30 bilhões, nada é tocado de verdade. Privilégios previdenciários continuam intocados, drenando recursos e perpetuando injustiças intergeracionais. Renúncias fiscais crescem sem controle, beneficiando quem já tem acesso privilegiado a instâncias de poder.
O teto de gasto é esticado com remendos que postergam o problema, mas não resolve. Vou dar exemplos aqui de algumas soluções concretas. Regra de ouro com gatilhos automáticos. Se a despesa obrigatória supera o limite, o corte é proporcional, dispara sozinho.
Revisão imediata de renúncias fiscais sem retorno social comprovado, realocando recursos para onde? Para saúde, educação e inovação. Um pacto federativo transparente, definindo receita e gastos de cada esfera de governo, eliminando a guerra fiscal. Uma agenda de crescimento baseada em concessões, parcerias público-privadas e incentivos a setores de alta produtividade. Estamos em uma encruzilhada.
Podemos enfrentar a realidade com coragem ou continuar no ciclo vicioso de emergência em emergência. Se preferirmos o abismo, continuemos empurrando com a barriga, mas se optamos pela luz do fim do túnel é hora de cobrar dos nossos representantes um pacto nacional de austeridade, inteligente,com justiça social e crescimento sustentável.
O futuro não acontece por acaso. Cabe a cada cidadão erguer a bandeira da responsabilidade fiscal e da esperança.
Assista ao Vídeo:
Dr. Leonardo Albuquerque
Secretário de Estado-MT