Associação de Médicos Cubanos Repudia Sanções dos EUA a Envolvidos no Mais Médicos

Aspromed critica sanções dos EUA a gestores do Mais Médicos. Associação defende programa e médicos cubanos no Brasil, negando trabalho forçado.
Em outubro de 2013, médicos cubanos desembarcavam em Brasília contratados pelo Programa Mais Médicos
Em outubro de 2013, médicos cubanos desembarcavam em Brasília contratados pelo Programa Mais Médicos

Aspromed repudia sanções EUA Mais Médicos. A Associação dos Médicos Cubanos no Brasil (Aspromed) manifestou seu repúdio às sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos a gestores públicos brasileiros que estiveram envolvidos com a implementação do programa Mais Médicos. A associação também reafirmou seu apoio à cooperação de longa data entre Cuba e Brasil na área da saúde.

A declaração da Aspromed surge após o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogar os vistos de importantes funcionários do governo brasileiro que tiveram um papel central na estruturação e execução do programa Mais Médicos. Entre os afetados pela medida estão Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério e atualmente coordenador-geral para a COP30. Adicionalmente, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e seus familiares também foram alvo de sanções.

A justificativa apresentada pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, é que os servidores brasileiros teriam supostamente contribuído para um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” através do programa Mais Médicos.

Em sua nota de repúdio, a Aspromed enfatizou a importância do Mais Médicos como uma política de saúde pública essencial para garantir o direito à saúde a todos os cidadãos, com foco especial na população de baixa renda que reside em áreas menos favorecidas em todo o território nacional. A associação rebateu veementemente a alegação do Secretário de Estado dos Estados Unidos, afirmando que os médicos cubanos que optaram por permanecer no Brasil o fizeram por livre e espontânea vontade.

A Aspromed argumenta que muitos desses profissionais já se naturalizaram brasileiros, construíram famílias e estabeleceram laços afetivos profundos com o país. A associação acredita que esses médicos continuarão a trabalhar com dedicação nas comunidades mais carentes, levando atendimento e cuidado a pessoas que vivem em condições precárias nas áreas mais remotas do Brasil.

A diretoria da associação destacou que os cerca de 18 mil médicos cubanos que participaram do programa Mais Médicos realizaram aproximadamente 63 milhões de atendimentos, contribuindo significativamente para o fortalecimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), um sistema de saúde universal, público e gratuito.

O Fim do Convênio e a Permanência dos Médicos Cubanos

O convênio entre Brasil e Cuba para a realização do programa Mais Médicos foi encerrado em 2018. Após o término do programa, uma parcela dos médicos cubanos optou por permanecer no Brasil. De acordo com estimativas da Aspromed, cerca de 2,5 mil médicos cubanos continuam atuando no país.

O programa Mais Médicos teve um impacto significativo no acesso à saúde em pequenas cidades e distritos indígenas, onde a presença de profissionais de saúde era historicamente escassa. Além disso, o programa também desempenhou um papel importante no atendimento à população marginalizada nas periferias das grandes cidades. A Aspromed repudia as sanções e reforça o valor da colaboração internacional na área da saúde.

Repercussão das Sanções e o Legado do Mais Médicos

As sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos geraram ampla repercussão no Brasil e em Cuba. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu publicamente o programa Mais Médicos e a relação de cooperação entre Brasil e Cuba na área da saúde, classificando as sanções como uma medida injusta e descabida. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também se manifestou, considerando o cancelamento dos vistos de sua filha e esposa como um “ato covarde”.

O programa Mais Médicos deixou um legado importante no sistema de saúde brasileiro, ampliando o acesso à saúde para milhões de pessoas, especialmente em áreas carentes e remotas do país. A atuação dos médicos cubanos foi fundamental para o sucesso do programa, que contribuiu para a redução das desigualdades sociais e para a melhoria da qualidade de vida da população.

Fonte Agencia Brasil

Cacerense

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