O ministro da Saúde, Alexandre Padilha ONU Opas Nova York, declarou nesta semana que está avaliando sua participação na conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), ambos os eventos programados para setembro em Nova York. A decisão final depende de seus compromissos no Brasil, especialmente relacionados às votações no Congresso Nacional sobre a implementação do programa “Agora tem Especialistas”. A declaração ocorre após o cancelamento dos vistos de sua esposa e filha de 10 anos para os Estados Unidos, um ato que ele classificou como “covarde”.
Dúvida sobre a participação de Padilha ONU Opas Nova York
A incerteza em relação à presença de Padilha ONU Opas Nova York nas assembleias da ONU e da Opas, agendadas para o próximo mês, surge em meio a tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O ministro enfatizou que as prioridades internas do governo brasileiro podem impedir sua viagem, citando a necessidade de acompanhar de perto as votações no Congresso sobre o programa “Agora tem Especialistas”.
“Eu não tenho uma decisão ainda se vou comparecer tanto à Assembleia Geral da ONU quanto à Assembleia Geral da Opas, por conta dos compromissos locais [no Brasil]”, afirmou Padilha. Ele explicou que a complexidade das votações no Congresso e a necessidade de acompanhar a implementação do programa “Agora tem Especialistas” dificultam sua ausência do país.
Cancelamento de vistos e tensões diplomáticas
O pano de fundo para a possível ausência de Padilha ONU Opas Nova York é o recente cancelamento dos vistos de sua esposa e filha pelo governo dos Estados Unidos. O incidente, ocorrido em 15 de agosto, gerou forte reação do ministro, que o classificou como um “ato covarde”.
O cancelamento dos vistos da família de Padilha seguiu-se à revogação dos vistos de funcionários do governo brasileiro ligados ao programa Mais Médicos. A medida foi vista como uma retaliação do governo norte-americano ao programa, que envolve a contratação de médicos cubanos para atuarem em áreas remotas e carentes do Brasil.
A defesa do programa Mais Médicos
Apesar das tensões diplomáticas e do cancelamento dos vistos de seus familiares, o ministro Padilha reafirmou seu compromisso com o programa Mais Médicos. Ele garantiu que as ações do governo norte-americano não irão abalar a defesa do programa e o trabalho do Ministério da Saúde em prol da saúde da população brasileira.
“Eu sempre falei que isso não ia abalar em nada a nossa defesa do programa Mais Médicos e a ação do Ministério da Saúde em defender a saúde. Vamos continuar trabalhando pelo programa Mais Médicos”, reforçou o ministro.
O programa Mais Médicos, criado em 2013, visa levar atendimento médico a regiões prioritárias, remotas, de difícil acesso e com alto índice de vulnerabilidade, onde há escassez ou ausência de profissionais de saúde. A iniciativa tem sido fundamental para ampliar o acesso à saúde para milhões de brasileiros, especialmente em áreas onde a presença do Estado é limitada.
Acordo de sede da ONU e possível participação
Padilha mencionou a existência de um acordo internacional que obriga o país sede de escritórios de organismos da ONU a garantir o acesso de autoridades convidadas aos eventos da organização. Caso decida comparecer às assembleias em Nova York, ele acredita que terá o respaldo desse acordo para entrar nos Estados Unidos.
“Se eu tiver a decisão de ir, tem o acordo de sede. Para sediar um organismo da ONU, e a Opas faz parte do sistema ONU, tem que cumprir regras do acordo de sede. Uma delas é garantir o acesso das autoridades que estão convidadas e que participam das atividades. Mas eu não tenho decisão ainda, se vou estar presente ou não, por conta das questões internas”, explicou o ministro.